Os rodoviários do transporte público de Salvador e os donos de empresas de ônibus seguem sem entrar em acordo após uma terceira reunião realizada nesta segunda-feira (22).
Os trabalhadores mantiveram o estado de greve, que deve durar até quinta (25). Uma nova reunião será realizada na terça-feira (23), para mais uma tentativa de acordo entre os funcionários e os donos das empresas de ônibus.
O encontro desta segunda-feira foi feito na sede da Superintendência Regional do Trabalho na Bahia (SRT-BA), mesmo local onde a superintendente Fátima Freire já havia mediado outras reuniões. Segundo os trabalhadores, o impasse continua porque os patrões não querem negociar a campanha salarial.
“Os empresários voltam à mesa infelizmente dizendo que não têm nenhum número para dar para a gente, o que caracteriza que a greve está mantida. A gente ainda tem expectativa de sair um número, uma proposta” disse o diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, Daniel Mota.
Os rodoviários iniciaram a campanha salarial com 29 reivindicações e, atualmente, reduziram para 15 itens, entre eles o reajuste salarial entre 10% e 11%, o aumento de 10% no tíquete alimentação e a compensação das horas extras.
“O sindicato já caiu para 15 [reivindicações] e ainda tem mais flexibilidade, mas o patrão não flexibiliza nada, então não estamos de acordo com isso e esperamos que eles destravem a pauta, porque do jeito que está a greve está mantida na quinta-feira [25 de maio], às 0h01″, destacou Daniel.
Campanha salarial
Os trabalhadores estão em campanha salarial e fizeram uma assembleia geral, com paralisação de parte da frota de ônibus, na madrugada do dia 4. Ao todo, a capital baiana tem cerca de 1.800 ônibus do transporte coletivo.
O secretário de Mobilidade Urbana de Salvador, Fabrizzio Muller, já havia adiantado que a prefeitura trabalha com um plano de contingencia caso haja greve.
O representante das concessionárias, Jorge Castro, disse que mais de 40% das cláusulas já foram acordadas entre as partes. As questões que ainda estão pendentes são as econômicas: reajuste salarial, tíquete alimentação e plano de saúde.
A alegação é de que o setor passa por dificuldades financeiras e não tem a possibilidade de atender aos rodoviários. Os rodoviários, que já estão em estado de greve, informaram que se as reivindicações econômicas não forem negociadas, a paralisação total das atividades não está descartada.