Lavagem do Bonfim tem chuva forte, calor escaldante e fé

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O sol escaldante em cada cabeça de soteropolitano ou turista que visita a Basílica do Senhor do Bonfim, durante a lavagem, foi substituído por poucos minutos de chuva que lavou a alma dos fiéis na segunda quinta-feira de 2024, na festa dos 370 anos da Basílica.

Quem passou o protetor solar para andar da Igreja da Conceição da Praia, no Comércio, até a Cidade Baixa, precisou reforçar durante o trajeto. Para auxiliar, 20 mil sachês do produto foram distribuídos pela prefeitura de Salvador.

Além do produto de proteção, que estava em locais fixos para a população, houve também carros-pipa que ajudaram a reduzir a sensação térmica durante o cortejo, principalmente depois da forte chuva que caiu na Cidade Baixa, que deixou o mormaço ainda pior por volta das 11h, causando problemas para algumas pessoas.

A prefeitura instalou ainda oito bebedouros com seis torneiras em pontos estratégicos da caminhada. “A gente teve todos os cuidados, a gente conseguiu instalar os carros-pipa, e haverá água para que as pessoas possam encher seus bebedouros”, explicou a vice-prefeita e secretária municipal da Saúde, Ana Paula Matos.

A iniciativa inédita foi promovida pelas Secretarias da Saúde (SMS), Cultura (Secult), Desenvolvimento Urbano (Sedur), Defesa Civil (Codesal) e Diretoria de Iluminação.

Apesar de todos os cuidados, Maria Everaldina, de 71 anos, passou mal durante percurso, e foi socorrida por populares que passavam em frente ao Hospital Irmã Dulce. Ela disse que a pressão baixou, não conseguiu se segurar e foi ao chão. Com água gelada jogada na cabeça, a aposentada não conseguiu chegar à Basílica para cumprir a promessa que fez há um ano.

“Vim para tentar agradecer dentro da igreja por ter me livrado de um câncer, mas a saúde debilitada não me permitiu chegar tão perto. Eu vou ter que vir outro dia para agradecer, né? Senão, não vou ser abençoada”, disse.

Andando em direção à igreja, bem na ladeira do Bonfim, um carro-pipa conseguiu aliviar a sensação térmica de quase 39°C que os soteropolitanos encararam para curtir o evento. Essa medida de proteção deverá ser tomada, também, no período do Carnaval, além das festas pré-carnavalescas, como o Fuzuê e o Furdunço.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura da capital baiana ontem (11) oscilou entre a mínima de 24°C e a máxima de 32°C. “Agonia no juízo demais isso aqui, rapaz. Ainda bem que eu vim de biquíni para tirar a blusa e tomar esse banho antes de subir”, disse Ana Célia, fiel que foi cumprir a promessa por ter passado no Exame da OAB.

Na ladeira que desce para o tradicional Estaleiro, pessoas desciam para procurar feijoada ou outras comidas para recarregar a energia. Uma delas foi Edgar Paiva, jornalista que preferiu não subir a colina sagrada e voltar para casa porque o calor estava insustentável. “Muito calor, fiquei com falta de ar e resolvi voltar pra casa. O Senhor do Bonfim entendeu, tenho certeza. Os meus pedidos e agradecimentos não serão ignorados só porque eu não cheguei até perto da casa dele”, afirmou.

Segundo a dermatologista Bruna Silveira, que também esteve na festa, o recomendado é passar o protetor de 2 em 2 horas, e se possível, com o maior fator para ter a proteção ideal, ainda mais com com o calor exacerbado. “Eu estava com a minha família, mas decidi levar dois tubos de protetores justamente porque a pele negra, apesar da melanina ajudar, também queima facilmente, podendo causar um problema no futuro”, comentou.

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