Desde que a lei municipal proposta pelo Vereador Carlos Muniz, que proíbe a distribuição de sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais entrou em vigor, estima-se que cerca de 14 milhões de unidades desse tipo de embalagem deixaram de ser consumidas na capital baiana. Neste mês de maio, Salvador passou a integrar um grupo expressivo formado por capitais do país e do mundo que adotaram a medida sustentável, visando a mudança de hábitos e a preservação ambiental.
O número é expressivo e reforça a importância desse tipo de medida, por promover conscientização ao mesmo tempo em que induz, na prática, a mudança de comportamento da população. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), cerca de 1,5 milhão de sacolas são distribuídas por hora no país. Uma realidade que ainda precisa ser combatida e transformada.
Para Ana Paula Monção, do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), vinculado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), a lei que passou a vigorar no dia 12 de maio em Salvador ajuda a formar esse senso coletivo de que as ações cotidianas estão também diretamente relacionadas aos problemas ambientais e tragédias climáticas que o Brasil e outros lugares do mundo vivem nos dias de hoje.
“Entendemos que toda ação que minimize os impactos negativos ao meio ambiente é bem-vinda, e essa é uma medida que colabora para isso. Mas para causar um impacto positivo, de fato, é preciso uma mudança de comportamento e do entendimento das nossas ações. Qualquer prejuízo causado ao meio ambiente será sentido por nós, seja com as mudanças climáticas, seja com a falta de recursos naturais disponíveis”, ressaltou.
O plástico é um material sintético que tem uma variedade de aplicações, porém o descarte inadequado o torna um dos principais poluentes dos oceanos e uma ameaça à biodiversidade aquática.
Uma pesquisa do Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida) aponta que o Brasil consome, aproximadamente, 13 bilhões de sacolas plásticas, por ano. São cerca de 60 sacolas plásticas por pessoa, se dividirmos esse número pela população brasileira atual.
“Todas as ações e esforços precisam ser realizados de forma conjunta e contínua, imposição de leis e outras medidas que não promovam a conscientização e mudança de comportamento em cada um nós podem trazer algum ganho, mas será insuficiente se aplicada de forma isolada e dificilmente evitará impactos negativos”, frisou Ana Paula.