Moradores da Boca do Rio faturam até R$ 25 mil com festa na porta de casa; saiba como

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Quando Osvaldo Lima, 68 anos, chegou ao bairro da Boca do Rio, não havia ninguém que alugasse imóveis nas redondezas. Ele foi o pioneiro, como faz questão de frisar. Agora, 42 anos depois e com 15 imóveis, Osvaldo fatura cerca de R$ 17 mil com aluguel no mês de dezembro, que tem a procura elevada por conta do Festival Virada Salvador, que acontece no bairro entre os dias 28 de dezembro e 1º de janeiro de 2024. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) estima que 485.130 turistas cheguem à capital durante o período do réveillon de 2024, sendo, em média, 28% superior ao registrado no réveillon de 2023 (379.721 turistas). Para a receita turística, foi estimado um valor em torno de R$ 524 milhões durante os cinco dias de permanência dos turistas na cidade, superando o réveillon de 2023 em aproximadamente 60%.

Osvaldo já sente no bolso o impacto do maior número de turistas que devem participar dessa edição do Festival da Virada. Na segunda semana de dezembro, só restava um dos 14 imóveis que ele coloca para alugar no bairro. “Eu alugo por diária ou contrato mensal. Tenho imóveis sem mobília e outros mobiliados, com geladeira, fogão, cama e armário”, diz.

Com o dinheiro que recebe, Osvaldo costuma implementar melhorias no seu prédio. Dessa forma, a quantia recebida no final de ano serve como investimento. Em outros tempos, ele afirma que já chegou a alugar a própria casa, mas agora prioriza a tranquilidade de apreciar a queima de fogos da sacada de sua varanda.

Designer de interiores, Gilvan Carlos Santos, 49 anos, atua de maneira autônoma decorando casas. Com clientela fixa nos bairros de Brotas e Federação, ele conta que, em dezembro, sua atuação fica bastante restrita ao bairro da Boca do Rio, onde vive há 25 anos.

“A maioria dos moradores daqui sempre tem alguém que mora no interior ou que vem de fora do país. Ainda tem pessoas que estão alugando residências e dizem que querem fazer alguma coisa [no imóvel]. Esses dias, eu decorei um apartamento que ia receber um turista dos Estados Unidos. É sempre assim devido à festa”, salienta.

Com a agenda lotada, Gilvan afirma que já alcançou a meta do mês. “Já bati R$ 25 mil e até o fim do mês espero conseguir aumentar em até 50% dessa quantia”, entrega.

“A Boca do Rio é ótima, mas na época da virada é melhor ainda por causa da movimentação dos turistas chegando. A Virada Salvador é muito boa para quem mora aqui. Tem gente que não gosta por conta do barulho, mas eu conto os meses pelo festival”, complementa.

Recém-chegado ao bairro, Alan Conceição, 30 anos, teve a primeira experiência com o Réveillon da Boca do Rio no ano passado. Sócio e administrador do Restaurante Malicola, ele narra que foi surpreendido pelo movimento nos últimos dias do ano, quando faturou R$ 12 mil.

“Foi nossa primeira experiência no ano novo e funcionamos 24 horas. Como nós tínhamos um restaurante, tínhamos uma demanda porque funcionamos como quiosque na parte de fora das 19h às 5h. Quando dava 6h, o pessoal que estava saindo do evento vinha procurar nossa comida típica, que são os pratos regionais”, detalha.

Mesmo com a rotina caótica daqueles dias, ele classifica a experiência como maravilhosa. Contudo, para este ano, o planejamento já é outro. “Nós estamos mais estruturados e vamos ter três equipes trabalhando para que eu e José, que somos sócios aqui, tenhamos vida, porque naquele réveillon foi a base de café e energético”, define.

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